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José Alves em entrevista

17/02/2014

Associação de Atletismo de Aveiro (AAA) - Como é que está o Conselho Regional de Arbitragem de Aveiro?

 

José Alves (JA) – Está bem e recomenda-se. Neste momento, somos das melhores associações a nível nacional.

 

AAA – Verdade? E como é que avalia esse registo?

JA – Através do «feed-back» dos nossos atletas.

AAA – Isso é um elogio bom de receber, não?

JA - Sim, sim. Há sempre este ou aquele atleta que não gosta das nossas decisões, mas em termos técnicos a Associação de Atletismo de Aveiro está com uma boa arbitragem de há 12 anos a esta parte. Posso dizer que houve um salto qualitativo que levou ao reconhecimento por parte do próprio Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Atletismo.

 

AAA – Há quantos anos é presidente do Conselho Regional de Arbitragem de Aveiro?

JA - Há dois anos, mas faço parte do órgão há seis.

 

AAA – E por que é que é arbitro, José Alves?

JA – Eu fui atleta do Núcleo de Atletismo de Cucujães...

AAA - De que especialidade, já agora?

JA - De saltos e 400 metros barreiras. Deixei a competição quando fui para a tropa e já em 1996 fiz o curso de admissão. A seguir, realizei o estágio e cheguei a juiz-regional. Depois de ter estado três anos no ativo e tendo mais de 21 anos de idade, submeti-me ao curso de juiz-nacional. Neste momento, já sou juiz-arbitro. Entretanto, a Federação Portuguesa de Atletismo abriu um painel-fechado, assim se designa, para Oficial Técnico Nacional (NTO), no qual faço parte deste 2009, isto é desde o seu início.

 

AAA - Bolas, grande curriculum que o meu amigo já tem. Pergunto-lhe: é fácil ser árbitro no atletismo?

JA - Não é fácil, digo-lhe já. Fazendo uma comparação, no futebol há 14 regras na arbitragem existem 282!

 

AAA - Já que trouxe à conversa essa comparação, permita-me a questão: também chamam nomes aos árbitros no atletismo, como se faz no futebol?

 

JA - (...seriedade na resposta) Há reclamações, umas vezes com razão, outras não. Mas nós somos humanos e como tal também erramos. Aquilo que procuramos é ter a certeza nas decisões que tomamos. Da minha parte, confesso, em caso de dúvida beneficio sempre o atleta e isso até vai contra as regras...

AAA - Tem a noção de vai contra o que está instituído, certo?

 

JA - Eu prefiro utilizar o bom-senso. E porquê? Porque sei que os atletas treinaram uma época para uma determinada competição, pelo que tenho sempre a tendência de não os prejudicar.

AAA - Explique-me, como é um treino de um árbitro?

 

JA - Em termos físicos, deve-se ter uma boa condição física. Por outro lado, há a necessidade de estudar as regras e estar sempre atualizado.

AAA - Mas vocês encontram-se?

 

JA - A época como é muito longa, os nossos encontros acontecem nas competições. No defeso, fazemos ações de reciclagem.

 

AAA - Gosta do que faz, José Alves?

 

JA - Gosto, sim. Caso contrário, não perdia 30 fins-de-semana, por ano, com o atletismo.

AAA - Esta pergunta é fatal como o destino, meu amigo: ganha-se bem na arbitragem?

 

JA - Isso é muito relativo. Há tabelas de preços e recebe-se em função da categoria. Sabe que sem juízes as marcas não são homologadas.

 

AAA - Para terminar, José Alves, há árbitros aveirenses com estatuto internacional?

 

JA -Neste momento não e eu explico-lhe porquê: antigamente, os exames de admissão podiam ser feitos em inglês, francês e, julgo eu, também em espanhol. Hoje em dia, só se fazem em inglês o que dificulta. De qualquer maneira, posso adiantar-lhe que eu e um colega meu fomos convidados para estarmos presentes nos Campeonatos da Europa de Lançamentos Longos que se vão realizar em Leiria, nos próximos dias 15 e 16 de Março.

 

AAA - Boa oportunidade para treinar o inglês...

 

JA - (agora já se ouve um riso) É verdade. Eu entendo melhor do que falo, mas vou tentar praticar.

 

AAA - Boa sorte.

 

JA - Obrigado.

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