Miriam Tavares, é já uma certeza no panorama nacional no que se refere ao salto em altura. A atleta do AFIS apesar de juvenil está entre as melhores nacionais absolutas, sendo a melhor de Portugal no seu escalão. A atleta de Ovar foi campeã nacional de pista coberta, vice-campeã no Olímpico Jovem, medalha de bronze nos mundiais do desporto escolar, entre muitas outras vitórias. No salto em altura sente-se - como peixe na água – mas tem vontade de competir, “nem que seja nos 800 metros”. Não esquece o apoio de Anabela Neto e Jennifer Gomes, companheiras de treino, e, de António Beça, o treinador.
Mirian Tavares que considera Ovar “cada vez mais uma cidade de atletismo”, quer para já trabalhar, o futuro dirá se valeu a pena. Ovar um concelho de atletismo, que ainda tem o recordista nacional do salto em altura ao ar livre, Rafael Gonçalves, prepara-se para ter mais uma referência no atletismo.
AAA - Medalha nos mundiais do desporto escolar, medalhas nacionais, líder do ranking nacional, o que mais poderia ter feito esta época?
MT - Apesar de estar radiante com os resultados e experiências que esta época me proporcionou, gostaria de ter feito mais competições, visto que estive afastada toda a época de pista coberta por causa de uma lesão. Competi unicamente nos Nacionais de juvenis e também devido a outra lesão, já no final da época de ar livre, não pude comparecer nos Nacionais de Juniores e nas restantes provas de final de época.
- Tem noção que com os resultados que tem conseguido, é vista como uma esperança do atletismo nacional?
- Não querendo menosprezar a minha “carreira“ desportiva até então, acho que ainda é muito cedo para prespetivar feitos tao grandes futuramente. Na minha idade ainda é razoavelmente fácil conseguir bons resultados comparativamente a escalões mais elevados, mas vou trabalhar para tal. Para já quero apenas trabalhar, tentar fazer o melhor e o futuro mostrará se esse trabalho foi bem feito. Vou tentar subir um degrau de cada vez, quero evoluir, aprender e só depois pensar nas conquistas.
- Apesar de notória a sua opção pelo salto em altura, também faz comprimento, barreiras e vara, mas poucas vezes. Não sente apetência para estas especialidades?
- Sendo Juvenil, ainda estou numa fase de “reconhecimento do terreno”, ainda estou a experimentar um pouco de tudo para escolher aquilo em que sou melhor ou que gosto mais, para aprofundar nos escalões que se seguem. Eu adoro fazer tudo no atletismo, desde lançamento de peso, a 400 metros e a barreiras e se for preciso 800m também. Mas o que sempre me cativou mais foram os saltos, qualquer tipo deles, no entanto a modalidade onde tive melhores resultados foi sem duvida o salto em altura. Como treino com especialistas na matéria (Prof. António Beça, Anabela Neto e Jennifer Gomes), fui ganhando um carinho especial por esta modalidade. Quero aprender, mas no salto em altura sinto-me bem.
- Os seus treinos são na Escola Júlio Dinis, sente que tem as condições para evoluir na modalidade?
- As nossas condições de treino não são as ideais, mas com o esforço do meu treinador temos conseguido de vez em quando ir treinar a pistas, por isso sim acho que tenho condições para evoluir. Temos tentado evoluir e esforçamo-nos para ter as melhores condições possíveis.
- Como vê o papel que esta escola tem representado para o atletismo não só de Ovar como distrital?
- A Escola Júlio Dinis dá-nos condições, mas quem teve e tem o mérito pelos excelentes resultados dos atletas que saíram de lá quer a nível distrital, nacional ou mesmo internacional, é sem duvida o meu treinador. Ovar é cada vez mais uma cidade de Atletismo também devido à Júlio Dinis e ao meu treinador.
- No seu grupo de treino estão a Anabela Neto e a Jennifer Gomes, duas das melhores nacionais. A líder do ranking nacional absoluto e a líder do ranking em juvenis treinam juntas, a qualidade do grupo proporciona-lhe vivências e conhecimentos que ajudam na sua evolução?
- Sem dúvida, tudo o que eu sei, devo-o a elas as duas e ao meu treinador, até porque muitas das vezes são elas as duas que me dão o treino visto que no nosso grupo de treinos temos muitos atletas com especialidades diferentes. Foram elas que também me incutiram algumas sensações, partilharam experiencias, deram motivação e fizeram-me apaixonar pelo salto em altura. E o nosso grupo de treino é altamente humilde, tanto a Anabela como a Jenni, como outros atletas de alta competição não fazem essa distinção entre nós de camadas mais baixas, pelo contrario, incluem-nos a todos.
- Apesar de ser juvenil e com a evolução que tem evidenciado, será normal aparecer a competir em equipas com objetivos a nível nacional. Vai continuar no AFIS até o clube chegar a uma equipa para disputar os nacionais ou tentar uma experiência noutro clube?
- Para já o AFIS dá-me condições que nenhum outro clube me deu, não só a nível desportivo, como também a nível pessoal. Apesar de ser até agora um clube prioritariamente de provas de estrada, tem-nos tratado com um enorme carinho.
Se aparecer um clube com uma proposta muito melhor, eu e meu treinador teremos de ponderar.
- Treina todos os dias, aluna de mérito com média de 17, qual o segredo para conciliar estudos e desporto com resultados positivos?
- Apesar do pouco tempo que temos para estudar, ao contrário do que se possa pensar, só assim é que eu tenho bons resultados escolares. Eu já fiquei impedida de treinar por causa de uma lesão e baixei as notas todas, mesmo por ter muito tempo para estudar. Eu preciso de uma rotina, preciso de estar sempre ocupada, porque sempre fui habituada assim. Apesar de ter pouco tempo parar estudar, esse mesmo pouco tempo é aproveitado ao máximo e vale muito mais do que se estivesse uma tarde toda a estudar. Alem disso o treino serve como forma de descarga de energias, de modo a que quando me sento para estudar consigo me concentrar totalmente e não começo a divagar como quando não treino.
- As lesões têm-na afastado da competição, como acontece atualmente, se não fosse este “adversário” poderia render ainda mais?
- Eu acredito que tudo acontece por uma razão. Não vou dizer que o meu historial de lesões não foi desmotivador, pelo contrario… Mas quem sabe se não as tivesse tido, teria conquistado os resultados que conquistei. Para além disso, só quem está ‘em baixo’ é que consegue dar valor aos momentos felizes. Atleta tem que sofrer.
- Que objectivos tem para a próxima época?
- Para esta nova época o principal objetivo é conseguir apuramento para as Gimnasiades que este ano serão em Marrocos (através do Desporto Escolar), depois tentar o melhor possível que é lutar por um pódio.
Queria também melhorar a minha marca e competir nos Campeonatos de Portugal.
Conhecer melhor Miriam Tavares
- Tempos livres: Divertir-me com os amigos e nadar
- Prato preferido: Nada em especial
- Carne/ peixe? Carne, sem duvida
- Local preferido: Mar
- Mar ou campo? Sempre tive uma ligação muito forte com o mar
- Estilo de Música: Indie rock
- Filme preferido: Invencível
@ aaaveiro