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Hélder Reigota em entrevista

01/06/2015

Hélder Reigota é jovem, disciplinador e disciplinado " gosta do atletismo e foi no atletismo que conheceu aquela que viria a ser a sua mulher. É presidente do Conselho Fiscal, órgão que aprecia e faz valer pelas regularidades das contas da Associação de Atletismo de Aveiro. Nesta entrevista de fundo, Hélder Reigota traça, em linhas profundas, a sua visão sobre a modalidade. Recomenda-se leitura atenta porque há muita sapiência naquilo que diz

 

Neste tipo de entrevistas, a primeira pergunta torna-se trivial mas mantém-se absolutamente pertinente: há quanto tempo é… presidente do Conselho Fiscal da Associação de Atletismo de Aveiro? Estamos em funções desde Dezembro de 2012.

Em bom rigor, que trabalho tem este órgão e com que regularidade reúnem os seus membros? Mantemos um trabalho de acompanhamento à normalidade financeira da Associação de Atletismo e da sã execução orçamental. No geral, procuramos cumprir o que nos está incumbido nos estatutos, trabalhando com a Direção e com o Gabinete de Contabilidade que apoia a Associação. Com caráter trimestral, acompanhamos as principais peças contabilísticas e outros suportes solicitados, e duas vezes por ano, aquando das assembleias gerais de apresentação de plano de atividades e de prestação de contas, pronunciamos-nos com os nossos pareceres e recomendações.

Numa associação, como a de atletismo de Aveiro, o Conselho Fiscal tem algum tipo de maior preocupação ou, perguntado de outro modo, algum dossier que merece um controlo mais incisivo? O controlo orçamental é, sem dúvida, aquele que mais nos exige acompanhamento. De igual modo, mantemos um contacto regular com a Direção e com a GECAVE para que nos sejam prestadas informações sobre o quotidiano da AAA e da sua relação com entidades públicas.

É comum as Assembleias-gerais da Associação de Atletismo de Aveiro aprovarem por unanimidade, ou por larga maioria os Relatórios de Contas. No seu entender, e enquanto líder máximo do Conselho Fiscal, a que é que se deve essa orientação de voto? Desconhecimento na leitura dos documentos, ou profunda aceitação ao que lêem? Eu prefiro julgar que a informação que é prestada é clara, atempada, transparente e reflete a posição patrimonial e financeira da Associação de Atletismo, a cada momento, não oferecendo dúvidas aos que consultam estes suportes.

Chegados a este momento da entrevista, os nossos leitores devem estar a perguntar se há uma questão mais direcionada para os números. Não querendo defraudar quem nos visita, neste espaço, atrevo-me a perguntar-lhe como é que estão, nesta altura, as contas da Associação de Atletismo de Aveiro. Há saldo positivo? E se houver, pode precisar o montante? Referindo-me ao Relatório e Contas de 2014, apresentado e votado na última assembleia geral de Março de 2015, a situação patrimonial e financeira da Associação apresentava uma saldo positivo que, num contexto de muitas incertezas relativamente ao contributo financeiro da Federação Portuguesa de Atletismo, apenas foi conseguido graças a um rigoroso trabalho que se impunha na gestão dos gastos de funcionamento. Entre várias opções, isto consegue-se mediante uma adequada gestão do calendário desportivo, que aporta mais eficiência na utilização de recursos, e na revisão de alguns contratos de fornecimento que trouxeram importantes poupanças às rubricas de gastos.

Na sua opinião pessoal, como está o atletismo em Aveiro? O Atletismo em Aveiro é uma modalidade muito viva e organizada. Com muitos eventos e participantes. Não há, em geral, um fim-de-semana sem atividade no distrito. Por outro lado confesso-me preocupado com a redução do número de atletas filiados dos escalões juvenis. O Atletismo tem hoje muita concorrência de outras modalidades amadoras que se estão a afirmar junto dos jovens. Exige-se, rapidamente, um reposicionamento estratégico da Federação e das Associações Distritais para que o atletismo granjeie talentos dos escalões até juvenis. Seria importante que a nossa modalidade voltasse a ter o protagonismo mediático nas televisões nacionais e que junto das escolas o trabalho de captação fosse mais capaz.

Virando o registo desta entrevista, que opinião tem sobre as Associação desportivas nacionais? Nomeadamente, que ideia faz sobre as contas dos movimentos associativos nacionais? Muitas Associações estão em situação económica difícil. Os tempos são de mudança e a sua continuidade depende da maior clarividência no momento de tomar opções. Estamos em tempo de escassez e não nos podemos compadecer com desperdício. Esta realidade é sentida, de igual modo, nas nossas casas e nas empresas para que trabalhamos.

Acha que num País tão pequeno como Portugal, onde, logicamente, incluo as Ilhas dos Açores e da Madeira, faz sentido haver Associações distritais para toda e qualquer espécie de modalidade desportiva? As Associação Distritais são instrumentos de proximidade com as modalidades e o seu papel é sempre importante na dinamização desportiva e na promoção de resultados de qualidade. Para muitos atletas e praticantes estas entidades são o seu único contacto que as faz manter ligadas ao desporto.

Sendo um presidente do Conselho Fiscal tão novo, partilhe o perfil de Hélder Tiago da Rocha Reigota para lá de dirigente associativo? Diretor Comercial, viciado em trabalho e em pontualidade. Casado – com uma mulher que conheci no Atletismo -, pai de uma menina de 3 anos que, espero, venha a ser atleta. Discreto que prefere que conheçam o seu trabalho a ele próprio. Nos tempos livres, adoro correr: é uma forma barata de passear.

Para terminar, quem gostaria de ver entrevistado para a próxima rúbrica aqui no sítio oficial da Associação de Atletismo de Aveiro? O Dr. Silvério Regalado, Presidente do Município de Vagos e anfitrião do Campeonato Nacional de Clubes, da 1.ª e 2.ª divisões, que ocorrerá nos dias 13 e 14 de Junho de 2015.

Uma mensagem final. Se as coisas te parecem controladas, significa que não vais suficientemente depressa

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